quarta-feira, 1 de julho de 2020

covid-19 de Bolsonaro entregues pela AGU ao STF têm resultado negativo

Além deste caso, também havia um requerimento da Câmara dos Deputados para que o Palácio do Planalto divulgasse informações sobre os dois exames aos quais Bolsonaro foi submetido depois de ter tido contato com ao menos 25 pessoas infectadas.

O esclarecimento do tema é considerado fundamental por uma série de motivos que vão do possível risco à saúde que o presidente poderia ter imposto a pessoas em seu entorno se estivesse contaminado, a um eventual crime de responsabilidade, segundo especialistas, que poderia levar à abertura de processo de impeachment na Casa.

Exame de Bolsonaro negativo para covid-19Direito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionNome do exame foi alterado para preservar a identidade do presidente - como os demais dados pessoais continuam sendo de Bolsonaro, foram borrados na imagem

Na cronologia abaixo, a BBC News Brasil reuniu 16 momentos relevantes, durante quase dois meses, em que o tema ganhou destaque:

1. Secretário de Comunicação Fábio Wajngarten tem coronavírus

No dia 12 de março, o governo informou que secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, havia testado positivo para coronavírus e que estava em quarentena em casa.

O teste positivo ocorreu depois de Wanjgarten retornar de viagem com Bolsonaro e comitiva para a Flórida, nos Estados Unidos. Além do contato com o presidente brasileiro, Wajngarten tirou foto ao lado do presidente americano, Donald Trump, e do vice Mike Pence.

2. Fox News diz que Bolsonaro testou positivo; Bolsonaro diz que testou negativo

A emissora americana Fox News, alinhada à direita nos Estados Unidos, divulgou a informação de que o teste de Bolsonaro para coronavírus tinha dado positivo. Horas depois, no dia 13 de março, Bolsonaro disse que o teste dele para coronavírus tinha dado negativo.

Numa rede social, correspondente-chefe da Fox News na Casa Branca, John Roberts, escreveu que "o filho de Bolsonaro disse à Fox News que o teste preliminar para coronavírus em seu pai deu positivo. Eles aguardam resultados de um segundo teste".

Eduardo Bolsonaro publicou a seguinte mensagem: "Jamais falei com alguém da imprensa que testes do presidente @jairbolsonaro tenham dado positivo, jamais. Até porque essa informação jamais chegou para mim. A única informação que tenho é que PR @jairbolsonaro, Min. @gen_heleno e eu testamos negativo para coronavírus".

3. Casa Branca diz que Trump testou negativo

Depois da divulgação de resultados positivos em membros da comitiva brasileira com quem ele havia encontrado dias antes, Trump ficou sob pressão. Em 14 de março, a Casa Branca informou que Trump teve resultado negativo no exame que fez para detectar o coronavírus.

Bolsonaro e apoiadores em Brasília
Image captionPresidente estava sendo monitorado e interagiu com manifestantes em Brasília durante atos pró-governo

4. Bolsonaro participa de ato e cumprimenta apoiadores

No domingo (15/3) da mesma semana semana, Bolsonaro descumpriu recomendação de monitoramento em razão do novo coronavírus. Antes de ser submetido a um segundo teste, ele deixou o Palácio da Alvorada e participou de uma manifestação a favor do governo, em que chegou a apertar a mão de apoiadores e manuseou o celular de alguns deles para fazer 'selfies'.

5. Bolsonaro diz que segundo teste deu negativo

Bolsonaro escreveu no Twitter, no dia 17 de março, que o segundo teste ao qual foi submetido deu negativo. "Informo que meu 2° teste para COVID-19 deu NEGATIVO. Boa noite a todos."

6. Mais de 20 integrantes da comitiva de Bolsonaro com coronavírus

Um total de 22 integrantes da comitiva de Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos testaram positivo para o coronavírus até o dia 20 de março. Entre eles, estava, os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e Nestor Forster, encarregado de negócios do Brasil nos Estados Unidos.

Na ocasião, Bolsonaro disse: "Eu estou bem, fiz dois testes, talvez faça mais um até, talvez porque sou pessoa que tem contato com muita gente. Talvez receba orientação médica".

No fim de março, o Hospital das Forças Armadas (HFA) apresentou ao Governo do Distrito Federal uma lista de infectados com o coronavírus, mas omitiu dois nomes que receberam resultado positivo do exame.

7. Motorista de Bolsonaro dá entrada em hospital com problemas respiratórios

No dia 23 de março, o Correio Braziliense publicou que um dos motoristas do presidente Jair Bolsonaro deu entrada em um hospital de Brasília apresentando problemas respiratórios, o que poderia indicar contaminação pelo novo coronavírus.

Dias antes, outro motorista da Presidência havia sido submetido a um teste para ver se estava com o coronavírus. O primeiro exame deu positivo, mas a contraprova deu negativo.

8. Bolsonaro diz que sua palavra vale mais que um pedaço de papel

Bolsonaro se defendeu dizendo que as pessoas precisam confiar em sua palavra de que não foi infectado.

"Já pensou que prato feito para a imprensa se eu tivesse infectado? Não estou. É a minha palavra. A minha palavra vale mais do que um pedaço de papel", afirmou a jornalistas no dia 26 de março.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, adotou linha semelhante. "Acho que tem de confiar na palavra do presidente. Seria o pior dos mundos o presidente chegar e declarar que testou e deu negativo e depois aparecer que deu positivo".

9. Bolsonaro circula em Brasília, limpa o nariz e aperta a mão de idosa

Em mais de uma ocasião, Bolsonaro circulou por comércios em Brasília e em regiões administrativas do Distrito Federal. Em um desses passeios, em abril, o presidente apertou a mão de uma mulher idosa instantes depois de ter esfregado o próprio nariz.

10. Câmara pede informações sobre os dois exames de Bolsonaro

A Câmara dos Deputados deu 30 dias para o Planalto divulgar informações sobre os dois exames aos quais o mandatário foi submetido depois de ter tido contato com ao menos 25 pessoas infectadas. O ofício foi encaminhado ao Executivo em 16 de abril, segundo a Câmara.

Caso o governo Bolsonaro deixe de responder ao requerimento da Mesa Diretora da Câmara "sem justificação adequada" ou repasse informações falsas, o Artigo 50 da Constituição afirma que a autoridade incorreria em crime de responsabilidade. Isso, em última análise, poderia levar à abertura de processo de impeachment na Casa.

11. Bolsonaro chama atenção do mundo ao participar de ato a favor de 'intervenção militar' e tossir

Bolsonaro discursou, no dia 19 de abril, em ato que pedia "intervenção militar" e o fechamento do Congresso e do Supremo em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

Além do conteúdo do discurso (no qual disse "Nós não queremos negociar nada") chamou atenção a tosse de Bolsonaro.

momentos dos ataques de Bolsonaro contra a imprensa

Após deixar o posto de ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o ex-juiz Sergio Moro disse que Bolsonaro o havia pressionado para trocar o superintendente no Rio.

O Rio de Janeiro é a base eleitoral de dois filhos do presidente - o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), ambos investigados por autoridades estaduais.

Bolsonaro negou que tivesse a intenção de substituir o superintendente e disse que não há qualquer investigação contra ele ou seus filhos na Polícia Federal.

"Uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente", afirmou, expondo a capa do jornal Folha de S.Paulo com a manchete: "Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro".

"Que imprensa canalha, a Folha de S.Paulo. Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo", completou.

Confira abaixo outros episódios em que Bolsonaro atacou jornalistas e veículos de imprensa:

1. Caso Marielle Franco

Em outubro de 2019, a TV Globo veiculou uma reportagem sobre a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.

Mural em homenagem a Marielle Franco; reportagem sobre investigação do assassinato da vereadora fez Bolsonaro atacar TV GloboDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionMural em homenagem a Marielle Franco; reportagem sobre investigação do assassinato da vereadora fez Bolsonaro atacar TV Globo

Segundo a reportagem, investigadores do caso ouviram um porteiro do condomínio onde Bolsonaro morava quando houve o ataque - o mesmo condomínio onde vivia Ronnie Lessa, acusado de disparar os tiros fatais contra a dupla.

Segundo o depoimento do porteiro, Élcio de Queiroz, um dos suspeitos de participação no crime, esteve no condomínio no dia do ataque e disse que visitaria Bolsonaro, mas se dirigiu à casa de Lessa.

O porteiro disse ter telefonado à casa de Bolsonaro para avisar que o visitante tinha ido para outra residência, quando teria ouvido do interlocutor que ele “sabia para onde ele [Élcio] tinha ido”. O porteiro disse acreditar que a voz no telefone era de Bolsonaro, segundo a reportagem.

Logo após a divulgação, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo no Facebook criticando a Globo e se dizendo vítima de uma "patifaria".

"É uma canalhice o que vocês fazem, TV Globo. Uma canalhice, fazer uma matéria dessas em um horário nobre, colocando sob suspeição que eu poderia ter participado da execução da Marielle Franco."

Bolsonaro ameaçou não renovar a concessão da Globo em 2022 caso a emissora tenha pendências contábeis. "Não vai ter jeitinho para vocês nem para ninguém."

2. 'Cara de homossexual terrível'

Em 20 de dezembro, Bolsonaro se irritou com um repórter que lhe questionou o que deveria ocorrer com seu filho Flávio Bolsonaro caso se comprovasse que ele cometeu crimes.

"Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual", afirmou o presidente.

Na mesma entrevista, Bolsonaro atacou outro repórter que lhe perguntou se ele tinha um comprovante de uma operação de empréstimo que o presidente disse ter feito a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio sob investigação.

"Porra, rapaz, pergunta para sua mãe o comprovante que ela deu para o seu pai, tá certo? Pelo amor de Deus. Comprovante, querem comprovante de tudo", afirmou.

3. 'Dar o furo'

Em 18 de fevereiro, em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez um comentário de cunho sexual sobre a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo.

"Ela queria dar o furo", disse o presidente diante de um grupo de simpatizantes. Após uma pausa, Bolsonaro concluiu: "A qualquer preço contra mim".

A fala ocorreu após um ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp dizer, sem apresentar provas, que a jornalista teria tentado "se insinuar" sexualmente para ele em busca de informações.

Diante do Alvorada, Bolsonaro estimulou militantes a hostilizarem jornalistasDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionDiante do Alvorada, Bolsonaro estimulou militantes a hostilizarem jornalistas

O ex-funcionário deu a declaração à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News no Congresso, e foi endossado na ocasião pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Mello apresentou à Justiça uma ação com pedido de indenização por danos morais contra o presidente. O caso ainda não foi julgado.

4. Bananas

Em 4 de março, Bolsonaro transmitiu um vídeo no qual o humorista Carioca distribuía bananas a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.

Carioca estava vestido de presidente e havia acabado de se reunir com Bolsonaro.

Durante a gravação, o presidente se recusou a responder perguntas dos jornalistas sobre a principal notícia do dia, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.

Algumas semanas antes, em 15 de fevereiro, o próprio Bolsonaro havia feito um gesto de banana a jornalistas que o questionaram sobre uma reforma na biblioteca do Palácio do Planalto, feita para acomodar o gabinete de sua esposa, Michelle Bolsonaro.

"A primeira-dama faz um trabalho de graça para o Brasil. Então, em vez de vocês elogiarem, vocês criticam. Tenha paciência”, disse o presidente.

5. Repórteres abandonam entrevista

Em 31 de março, jornalistas que acompanhavam a fala de Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada deixaram o local após o presidente estimular seus apoiadores a hostilizarem os profissionais.

Os repórteres questionavam Bolsonaro sobre as posturas divergentes entre o presidente e seu então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), quando um apoiador gritou que a imprensa "colocava o povo contra o presidente".

Bolsonaro incentivou o homem a continuar. "É ele que vai falar, não é vocês (jornalistas), não", disse.

Os apoiadores começaram então a ofender os jornalistas, que deixaram o local. Bolsonaro ironizou a decisão do grupo. "Vão abandonar o povo? Nunca vi isso, a imprensa que não gosta do povo."

6. 'Globo lixo'

Em 30 de abril, Bolsonaro voltou a criticar a TV Globo e a afirmar que poderá não renovar a concessão da emissora.

Em entrevista no Palácio da Alvorada, ele acusou a Globo de deturpar sua fala, quando, em entrevista no dia anterior, o presidente respondeu "E daí?" ao ser indagado sobre o número de mortes por covid-19 no Brasil.

Bolsonaro afirmou que não quis relativizar o número de mortes e que só disse "E daí?" após repórteres "insistirem em fazer perguntas idiotas".

“Essa imprensa lixo chamada Globo. Ou melhor, lixo dá para ser reciclado. Globo nem lixo é, porque não pode ser reciclada", afirmou.

o jovem que criou um aplicativo de paquera após perder um grande amor

"Estava com o coração partido e acreditava que nunca encontraria alguém como ela", diz ele. Mas pensou que o aplicativo lhe daria a chance de tentar.

Justin McLeodDireito de imagemHINGE
Image captionJustin e sua equipe de cerca de 100 pessoas trabalham em Nova York

Naquela época, os serviços de paquera online para jovens estavam apenas começando.

Nesse contexto, ele decidiu se concentrar no desenvolvimento de "um aplicativo acessível e fácil para pessoas mais jovens, que não estavam usando serviços de namoro na época", diz ele. "Eu não conseguia tirar a ideia da minha cabeça."

Ele lançou o Hinge em 2012, no mesmo ano em que o Tinder, seu principal concorrente, foi fundado.

Hoje, seu aplicativo tem cerca de 5,5 milhões de usuários em todo o mundo e registra receita anual de US$ 5,2 milhões.

Mas Justin não encontrou um novo amor por meio do aplicativo. Pelo contrário, tudo isso encorajou-o a tentar reconquistar seu amor perdido, Kate Stern.

A entrevista

Essa cadeia de eventos começou em 2015, enquanto ele promovia o Hinge e foi entrevistado pela jornalista Deborah Copaken para um artigo no The New York Times.

No final da entrevista, o repórter perguntou se ele já havia se apaixonado.

Justin falou sobre como ele havia amado e perdido Kate Stern quando ambos eram estudantes da Universidade Colgate, em Hamilton, Estado de Nova York, devido ao alcoolismo.

Justin McLeodDireito de imagemHINGE
Image captionJustin McLeod quer que os usuários do Hinge tenham o mesmo final feliz que ele teve.

Após a resposta, a própria jornalista contou a ele que tinha uma história semelhante de um amor perdido, mas que nunca havia feito nada a respeito e temia que fosse tarde demais para recuperá-lo.

"A história dela me incentivou a tentar mais uma vez, apesar de já terem se passado sete anos (desde o término)", lembra ele.

Encorajado, Justin voou para a Suíça, onde sua ex-parceira morava e trabalhava.

Ela, que planejava se casar com outro homem em um mês, concordou em encontrá-lo.

Em alguns dias, o casamento foi cancelado e Kate e Justin eram mais uma vez um casal.

Uma coluna e um capítulo de televisão

Logo depois, o empresário encontrou a jornalista Copaken novamente para contar o que havia acontecido e escreveu sobre isso no Modern Love, uma seção popular do The New York Times, em novembro de 2015.

"Quando o artigo foi publicado no The New York Times, eles disseram que foi uma das colunas mais compartilhadas e comentadas", diz Justin.

Dev PatelDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionJustin McLeod foi interpretado pelo ator britânico Dev Patel em uma adaptação televisiva de sua história.

"Eles até escreveram uma segunda parte sobre se as pessoas deveriam tentar recuperar seu amor perdido", diz ele.

Quando Modern Love se tornou uma série de TV da Amazon Prime, em 2019, a história de Justin e Kate foi adaptada para um dos episódios. McLeod foi interpretado pelo ator britânico Dev Patel.

'Mais romântico'

Justin diz que estar com Kate novamente o fez perceber que precisava repensar o aplicativo Hinge, que na época era baseado no mesmo modelo do Tinder.

Ele queria que Hinge fosse "mais romântico", que fosse além de simplesmente conectar pessoas fisicamente atraídas uma pela outra.

Fotos do app HingeDireito de imagemHINGE
Image captionO aplicativo busca reunir os casais de acordo com sua personalidade e não apenas aparência, segundo os autores.

Ele queria que os usuários se conhecessem bem, queria encorajá-los a participar de namoros "como antigamente" e construir relacionamentos de longo prazo, em vez de algo fugaz.

Desde a mudança, em 2016, o aplicativo solicita que os usuários concluam uma série de frases, como "Minha lista de desejos inclui ..." ou "O que surpreende as pessoas em mim é...".

As respostas aparecem abaixo do perfil. O objetivo é ajudar os usuários a encontrar a personalidade que gostam e iniciar conversas.

"Pareceu uma pequena mudança, mas realmente mudou o comportamento dos usuários do aplicativo", diz Justin.

"Isso os tornou mais seletivos e mais ponderados sobre o que incluíam em seus perfis. Com o tempo, aprendemos que tipo de comentários levam a mais compromissos."

Final feliz

Saskia Nelson é fundadora da Hey Saturday, uma empresa de fotografia do Reino Unido e dos EUA. que se concentra em fotos para aplicativos de namoro.

Ela diz que a Hinge cresceu em popularidade graças ao boca a boca.

"É atraente porque coloca a qualidade antes da quantidade de correspondências (de perfis)", explica.

Justin e Kate.Direito de imagemSTEPHANIE WILLIAMS
Image captionKate Stern e Justin McLeod se casaram em 2019.

A empresa Hinge agora tem mais de 100 funcionários em seu escritório em Nova York. Enquanto o serviço básico é gratuito, a empresa ganha dinheiro cobrando pela assinatura premium, que oferece aos usuários benefícios adicionais, como poder ver mais informações sobre as pessoas com quem eles poderiam sair.

Em resposta ao coronavírus, no início de abril, o aplicativo introduziu um novo recurso chamado "encontro de casa", que permite aos usuários dizer que gostariam de ter um encontro pelo Zoom com alguém.

Isso só é revelado à outra pessoa se ela também tiver feito essa opção.

Justin diz que quer que os usuários do Hinge tenham o mesmo final feliz em suas histórias de amor que ele teve com Kate.

O casal se casou em 2019 e teve seu primeiro filho recentemente.

teorias que tentam explicar a origem do dólar

Significa realização, sucesso, capacidade, o poder criativo do homem – e precisamente por essas razões, é usado como uma marca de infâmia. Representa as iniciais dos Estados Unidos".

No entanto, parece que Rand estava errada, uma vez que há indícios de que o símbolo do dólar já fosse usado antes do surgimento dos Estados Unidos - que, até 1776, era conhecido como Colônias Unidas da América.

O símbolo do dólar foi impresso pela primeira vez em uma prensa de imprimir na Filadélfia nos anos 1790 por Archibald BinnyDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO símbolo do dólar foi impresso pela primeira vez em uma prensa de imprimir na Filadélfia nos anos 1790 por Archibald Binny

O símbolo da libra esterlina tem uma história que remete há 1,2 mil anos, sendo usado pela primeira vez pelos romanos como uma abreviação para “libra pondo”, a unidade básica de medida do império. Como astrólogos amadores sabem, "libra" significa balança em latim, e “libra pondo” pode ser traduzido como "uma libra por peso".

Na Inglaterra anglo-saxônica, a libra se tornou uma unidade monetária, equivalente a uma libra (quase meio quilo) de prata. Grandes riquezas, em outras palavras.

Mas, junto com o nome romano, os anglo-saxões pegaram emprestado o sinal, uma letra "L" ornamentada . A linha transversal veio depois, indicando que é uma abreviação. E um cheque em exibição no Museu do Banco da Inglaterra, em Londres, mostra que o símbolo da libra assumiu seu formato atual em 1661, embora ainda tenha demorado um pouco mais para ser adotado universalmente.

O dólar tem uma história muito mais recente. Em 1520, o Reino da Boêmia (na Europa Central) começou a cunhar moedas usando prata de uma mina em Joachimsthal. A moeda foi chamada de joachimsthaler, termo que depois foi encurtado para thaler, palavra que se espalhou então pelo mundo.

Foi a variação holandesa, o daler, que atravessou o Atlântico nos bolsos e na ponta da língua dos primeiros migrantes – e ainda hoje ecoa na pronúncia inglesa da palavra dólar.

No entanto, não há uma resposta direta para a pergunta sobre onde surgiu o símbolo do dólar. Ninguém parece ter se sentado para desenhá-lo, e sua forma ainda varia – às vezes, tem duas linhas, mas, cada vez mais, apenas uma.

Primeiro uso do símbolo do dólar em um documento financeiro americano, assinado pelo ex-presidente dos EUA George Washington em 1792Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPrimeiro uso do símbolo do dólar em um documento financeiro americano, assinado pelo ex-presidente dos EUA George Washington em 1792

Mas isso não quer dizer que não haja várias teorias a respeito. Por exemplo, voltando à ideia de que há um "U" e um "S" escondidos em sua forma, há quem sugira que o sinal representa "units of silver" (unidades de prata).

Uma das teorias mais esotéricas associa o símbolo ao thaler da Boêmia, que apresentava uma serpente sobre uma cruz cristã. A imagem é uma alusão à história de Moisés que enrolou uma serpente de bronze em um poste para curar pessoas que haviam sido mordidas pelo réptil. O dólar, por assim dizer, seria derivado deste símbolo.

Outra versão remete às Colunas de Hércules, termo usado pelos gregos antigos para descrever os rochedos na entrada do Estreito de Gibraltar.

Obras do artista Andy Warhol inspiradas no sinal do dólarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionObras do artista Andy Warhol inspiradas no sinal do dólar

As colunas aparecem no brasão da Espanha e, durante os séculos 18 e 19, estavam presentes no dólar espanhol, que era conhecido como "real de a ocho", “peso de ocho” ou simplesmente "peso". As colunas têm bandeiras enroladas em torno delas em forma de "S", e não é preciso se esforçar muito para ver uma semelhança com o símbolo do dólar.

A teoria mais aceita, na verdade, envolve a moeda espanhola. Nas colônias, o comércio entre os hispânicos e anglo-americanos era intenso, e o peso era uma moeda legal nos Estados Unidos até 1857.

Era com frequência abreviado, de acordo com os historiadores, sendo conhecido pelas iniciais "P" e "S". Gradualmente, graças ao rabisco de mercadores e escribas apressados, aquele "P" se fundiu com o "S" e perdeu sua curva, virando o traço vertical que vemos hoje no centro do "S".

Um dólar espanhol valia mais ou menos um dólar americano, então, é fácil de entender como o sinal pode ter sido adotado.

Como em tudo que faz referência aos Estados Unidos no momento, também há um viés partidário no debate sobre a origem do símbolo do dólar. Por razões políticas divergentes, há quem defenda a ideia de que nasceu internamente, e outros de que foi importado.

É, sem dúvida, irônico – embora não surpreendente – que um símbolo tão intrínseco à imagem nacional dos EUA possa ter suas raízes em outro país.

Símbolo do dólar feito de lâmpadas e refletores, criação dos artistas Tim Noble e Sue Webster, ao lado de quadros de Andy WarholDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSímbolo do dólar feito de lâmpadas e refletores, criação dos artistas Tim Noble e Sue Webster, ao lado de quadros de Andy Warhol

Mas, independentemente de como tenha surgido, o comerciante irlandês Oliver Pollock, um dos primeiros apoiadores da Revolução Americana, é frequentemente citado pelos historiadores como seu criador.

E o símbolo do dólar foi impresso pela primeira vez em uma prensa de imprimir na Filadélfia nos anos 1790 – obra de um ferrenho patriota americano chamado Archibald Binny, lembrado como o criador da fonte tipográfica Monticello.